“Linha de
fuga” é uma noção criada por Deleuze e Guattari para explicarem o ato criativo. Criar uma linha de fuga
não é exatamente fugir de algo, mas fazer
fugir algo de uma forma ou limite que o prendia. Por exemplo, Van
Gogh fez fugir a pintura de uma forma ou limite de se compreender a pintura. Antes de Van Gogh produzir sua linha de fuga, todos achavam que pintura era
aquilo que até então se fazia, de tal maneira que os mantenedores de tal
visão não aceitaram ou desprezaram a
linha de fuga que Van Gogh fez. De certo modo, tais mantenedores do
estabelecido não tinham olhos para ver o novo. O que Van Gogh fez não foi
destruir a pintura ou simplesmente negar a pintura, o que ele fez foi recriar a
pintura, potencializando-a, fazendo-a começar de novo. O novo nunca começa de
um zero, de um nada, ele começa em um fuga, em um fazer fugir algo .Tudo é
linha de fuga: a própria arte não é uma imitação
ou cópia de uma dada realidade que lhe é exterior, a arte é o ato de fazer
fugir uma realidade daquela forma de
realidade que o senso comum acredita ser a única realidade.Como afirma
Manoel de Barros: “Inventar aumenta o mundo”.
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