Quando formamos uma ideia verdadeira, conhecemos adequadamente não apenas o objeto que ela nos faz conhecer:
conhecemos também a própria ideia como
algo que igualmente existe, e do qual podemos formar uma ideia.Nasce,assim, uma ideia da
ideia , que é a expressão de uma reflexão : re-flexus, "dobrar-se sobre si mesmo", à maneira da lagarta no interior do casulo.Uma ideia verdadeira nunca é uma realidade pronta, existindo independente daquele que a pensa. Toda ideia verdadeira precisa ser formada, produzida, no instante mesmo em que é pensada.Principal efeito sobre nós da ideia verdadeira: tornar também verdadeira, potente, nossa capacidade de formar ideias verdadeiras. E uma ideia verdadeira não se forma sem tornar também verdadeira a vida daquele que a forma.
Quando sabemos, portanto, sabemos que sabemos. Este segundo saber não é outro saber diferente do primeiro. Ele é um desdobramento do primeiro , um desdobramento ou potencialização do saber, uma vez que só o saber gera saber.
Saber é mais do que conhecer: o conhecer é conhecimento de um objeto mediante uma ideia, o saber é conhecer a própria ideia que nos permite conhecer. A ferramenta produz a obra, bela ou útil. Mas a própria ferramenta também é produzida por outras ferramentas, como expressão e desejo de produzir do artesão. Antes de produzir sua obra, o artesão produz o que produz sua obra, e isto também é obra, obra da obra nascida da potência de obrar.
Quando sabemos, portanto, sabemos que sabemos. Este segundo saber não é outro saber diferente do primeiro. Ele é um desdobramento do primeiro , um desdobramento ou potencialização do saber, uma vez que só o saber gera saber.
Saber é mais do que conhecer: o conhecer é conhecimento de um objeto mediante uma ideia, o saber é conhecer a própria ideia que nos permite conhecer. A ferramenta produz a obra, bela ou útil. Mas a própria ferramenta também é produzida por outras ferramentas, como expressão e desejo de produzir do artesão. Antes de produzir sua obra, o artesão produz o que produz sua obra, e isto também é obra, obra da obra nascida da potência de obrar.
A ideia da ideia é uma ideia que tem outra ideia como seu objeto, para assim produzir o conhecimento dela. Toda ideia é diferente de seu objeto. Logo, é pela diferença que se conhece uma
diferença, uma vez que a ideia da ideia é a ideia mesma dobrada sobre si. A
segunda ideia não é a primeira dividida em dois: ela é a primeira multiplicada
à enésima* potência. A borboleta é a lagarta mesma, porém elevada à enésima potência.
O que sabe o saber que se sabe saber? Ele se sabe grau de uma Potência que é enésima. O
Pensar é a ideia em enésima potência. O saber que se sabe não é uma perspectiva
sobre o que se sabe; ele é o desdobrar o que se sabe mediante a construção de
um método para saber mais, entrando ainda mais no saber.
A ignorância é um
ignorar que se ignora, é um não saber que não se sabe. Do contrário, se o não
saber se soubesse, não seria mais não saber, não seria mais ignorância, mas
saber. Saber que se sabe não é saber tudo, mas saber que se
pode saber. O que caracteriza a ignorância é exatamente essa incapacidade de
reflexão, de desdobramento de si em relação a si e a todas as coisas. Para
refletir nosso ser, ou sobre o nosso ser, é preciso , antes, ser.E ser é
existir em conjunto, em relação. Existir é pensar e agir.
"Só sei que nada sei" nada diz. "Sei que sei que posso saber", eis um enunciado verdadeiramente ético, pois dele nasce uma decisão não apenas de pensar, como também de agir.
O sol ilumina os seres. Se o sol quisesse conhecer seu ser iluminador, não seriam os seres iluminados por ele que o ensinariam o que somente ele pode saber. O sol duvidaria de si mesmo se o seu conhecer a si mesmo dependesse do depoimento das coisas desprovidas de luz. Para o sol conhecer a si mesmo, é preciso que ele ilumine a si mesmo e veja em si o que ele produz nos outros seres. É preciso que ele se auto-afete de luz. Somente o sol tem luz. Não é pondo-se à sombra de si mesmo que ele se conhecerá. É preciso ele afirmar a si mesmo na luz que ele é. Quando conhece a si mesmo o sol nada mais faz do que saber o que já é: ser que ilumina outros seres. Logo, o sol do sol é o próprio sol querendo ser mais dele mesmo.E disso nasce uma alegria luminosa que de nada mais depende.
O sol ilumina os seres. Se o sol quisesse conhecer seu ser iluminador, não seriam os seres iluminados por ele que o ensinariam o que somente ele pode saber. O sol duvidaria de si mesmo se o seu conhecer a si mesmo dependesse do depoimento das coisas desprovidas de luz. Para o sol conhecer a si mesmo, é preciso que ele ilumine a si mesmo e veja em si o que ele produz nos outros seres. É preciso que ele se auto-afete de luz. Somente o sol tem luz. Não é pondo-se à sombra de si mesmo que ele se conhecerá. É preciso ele afirmar a si mesmo na luz que ele é. Quando conhece a si mesmo o sol nada mais faz do que saber o que já é: ser que ilumina outros seres. Logo, o sol do sol é o próprio sol querendo ser mais dele mesmo.E disso nasce uma alegria luminosa que de nada mais depende.
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* En-ésima: "ésima" é uma ordenação numérica que segue certa ordem determinável quantitativamente ( vig-ésima, trig-ésima, cent-ésima, etc.). En-ésima é uma realidade que não resulta de uma ordem quantitativa crescente ou decrescente, ela não está no fim ou no começo, tampouco é o resultado ou termo de uma soma. Enésimo não é o que está depois do trilionésimo ou de um último ésimo, pois ele está sempre no meio e é meio para pensar, não para contar ou medir quantitativamente. Enésima potência é uma incógnita: "ninguém sabe o que pode um corpo", sua potência é enésima. Embora finita, ela é enésima.
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