Sinais dos tempos: achei esse livro
um dia desses na lata de lixo perto de casa. Eu o vi porque, antes, reparei em
um senhor morador de rua que revirava a lata em busca de coisas que ainda podiam
valer algo. Quando ele saiu, fui também ali salvar do lixo a
Tolerância. Quando vi o livro, lembrei de um verso de Manoel: “O que é
verdadeiramente novo nunca vira sucata”, pois a Tolerância estava junto a
aparelhos e coisas que um dia já foram novos , e agora eram apenas sucata.
Mas nunca pode ser sucata a Tolerância. Ela estava muito machucada . Levei-a
para casa e a pus perto da janela para secar e curar. As folhas estavam quase
dissolvendo, porém não eram as folhas que eu queria salvar, mas outra coisa. Ab-soluto:
“o que não é soluto, o que não se dissolve”. Mesmo que todos os livros como esse
fossem jogados fora, seriam dissolvidos papéis e tintas, mas não a Ideia de Tolerância,
como absoluto ético e político, enquanto
ela viver na alma , na palavra e ação de quem não a deixar “virar sucata”. A
Tolerância está viva e bem: a luz do sol faz milagres...
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