No início da Ética, bem na aurora do livro, Espinosa não fala do oceano, tampouco das ondas, ele fala da água, da simples e pura água: a natura. Somente depois ele nomeia essa água como oceano, Deus ou Substância, natura naturante, para em seguida falar das ondas, como modos ou maneiras de ser desse oceano : natura naturada.
Essa água pura não é como a de Tales, ainda não tão pura, não tão sentida e pensada .
Essa água pura não é água da chuva, rio ou lágrima. É água de placenta, que antes de nascermos nos envolveu por fora, e hoje nos anima por dentro, mesmo no duro osso; de tal modo que a água que bebemos não é novidade para nosso corpo, pois a água nova à água eterna se soma , ambas a mesma : una e múltipla.
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