O homem só encontra nas coisas aquilo que ele mesmo nelas pôs:
o ato de encontrar se chama ciência,
o ato de pôr se denomina arte.
Nietzsche
Cego é quem vê só aonde a vista alcança.
Mandei meu dicionário às favas:
Mudo é quem só se comunica com palavras.
Mandei meu dicionário às favas:
Mudo é quem só se comunica com palavras.
Candeia
Gilles Deleuze criou uma
expressão para nomear essas relações entre a arte e a filosofia. Seu
nome: Pop’Filosofia. Trata-se de uma concepção da filosofia pensada
a partir de suas fronteiras com as artes, sobretudo a literatura e a poesia.
Através de uma pop’filosofia, a
filosofia encontra seu deslimite e , ao afirmá-lo, devém
também uma prática inventiva, problematizadora, questionante.
Uma pop’filosofia se constitui
apoiada na seguinte ideia : a filosofia pode ser compreendida de maneira não
conceitual ou acadêmica, sem que isso signifique um prejuízo à essência
problematizadora do dizer filosófico.
A compreensão exclusiva através
de conceitos é apenas uma das formas possíveis para se compreender a filosofia,
mas não é a única — dado que a compreensão de qualquer coisa em geral, e da
filosofia em particular, mobiliza camadas de nosso pensamento e de nossa
sensibilidade que igualmente são mobilizadas quando ouvimos uma música, lemos
uma poesia ou vemos um quadro .
E é nesse território onde o
Pensar e o Sentir embaralham suas fronteiras, perdem seus respectivos limites e
fazem do inacabamento o processo que os afirma, é nesse território que vemos
surgir a possibilidade de construção , com Deleuze, de uma pop’filosofia.
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