A ciência confunde o desconhecido com
o misterioso. O desconhecido é aquilo que um dia poderá ser conhecido,
faltando-nos ainda os meios, como um planeta que já existe no universo, mas
que nossos telescópios ainda não acharam.
Essa é a “fé” ou “credo” da ciência: tornar tudo conhecido, para assim dominar
e manipular, tornando objeto.
O misterioso
não é o mesmo que o desconhecido. O misterioso nunca será conhecido, embora possa ser pensado e sentido. Do
misterioso só podemos nos aproximar, e
para isso é preciso inventar os meios: pode ser um poema, uma música ou o silêncio eloquente de um quadro. Do misterioso só podemos nos aproximar,
saindo de todo conhecido: para a este depois retornar, já não mais o mesmo.
Van Gogh, Noite estrelada sobre o Ródano. |
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