sexta-feira, 28 de setembro de 2018

o não objeto


A ciência confunde o desconhecido com o misterioso. O desconhecido é aquilo que um dia poderá ser conhecido, faltando-nos ainda os meios, como um planeta que já existe no universo, mas que  nossos telescópios ainda não acharam. Essa é a “fé” ou “credo” da ciência: tornar tudo conhecido, para assim dominar e manipular, tornando objeto.
 O misterioso  não é o mesmo que o desconhecido. O misterioso nunca será conhecido, embora possa ser pensado e sentido. Do misterioso só  podemos nos aproximar, e para isso é preciso inventar os meios: pode ser  um poema, uma música ou o silêncio eloquente de um quadro. Do misterioso só podemos nos aproximar, saindo de todo conhecido: para a este depois retornar, já não mais o mesmo.

Van Gogh, Noite estrelada sobre o Ródano.


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