O PASSARINHO AZUL ( em homenagem a
Manoel de Barros, que tem sido meu “cardiologista” nesses sombrios dias...)
Alguns dizem ter imortais almas que
em outras vidas já foram Príncipes, Sultões e Monarcas. Outros se gabam de ter
Anjos da Guarda que favores ao próprio obtêm junto a um Glorioso Deus. Eu,
simplesmente, no lugar de alma tenho
apenas um passarinho: ele é azul, pequenininho, mas fez em meu coração um
enorme ninho e nunca para de cantar.
“Os raminhos com que arrumo
as escoras do meu ninho
são mais firmes do que as paredes
dos grandes prédios do mundo”.
(Manoel de Barros)
“Uma palavra há de ser poética desde que você a coloque em lugar imprevisto, desde que ela dê alarme, desde que ela quebre o muro da velha ordem”. ( trecho de carta do poeta Manoel de Barros ao jornalista/escritor Luiz Taques , que escreveu junto com o poeta o precioso livro “Vaso de colher chuvas”, agradeço a Regina Utsumi por este livro, que pode ser solicitado diretamente junto ao autor: luiztaques@gmail.com)
A música de Chico & Francis Hime não fala
só dos passarinhos de fato, pois “passarinhos” também era a forma
simbólica de se referir às cantoras, cantores e poetas que correm risco quando
chegam os “homens ressentidos” de arma
na mão . Em grego, “poeta” é “aedo”: “aquele que canta”.
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