quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

o passarinho azul II

 

O PASSARINHO AZUL ( em homenagem a Manoel de Barros, que tem sido meu “cardiologista” nesses sombrios dias...)

 

Alguns dizem ter imortais almas que em outras vidas já foram Príncipes, Sultões e Monarcas. Outros se gabam de ter Anjos da Guarda que favores ao próprio obtêm junto a um Glorioso Deus. Eu, simplesmente, no lugar de alma  tenho apenas um passarinho: ele é azul, pequenininho, mas fez em meu coração um enorme ninho e nunca para de cantar.

 

“Os raminhos com que arrumo

as escoras do meu ninho

são mais firmes do que as paredes

dos grandes prédios do mundo”. (Manoel de Barros)

 

“Uma palavra há de ser poética desde que você a coloque em lugar imprevisto, desde que ela dê alarme, desde que ela quebre o muro da velha ordem”. ( trecho de carta do poeta Manoel de Barros ao jornalista/escritor Luiz Taques , que escreveu junto com o poeta o precioso livro “Vaso de colher chuvas”, agradeço a Regina Utsumi por  este livro, que pode ser solicitado diretamente junto ao autor: luiztaques@gmail.com)




A música de Chico & Francis Hime  não fala  só dos passarinhos de fato, pois “passarinhos” também era a forma simbólica de se referir às cantoras, cantores e poetas que correm risco quando chegam  os “homens ressentidos” de arma na mão . Em grego, “poeta”  é  “aedo”: “aquele que canta”.









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