Não tenho “alma dentro”, em “interioridades profundas”. Não
guardo segredos nela, tampouco visões de outro mundo.
Minha alma cobre meu corpo como pele mestiça que ora é o sol que marca, ora é a chuva que
tinge e molha. Ela está aberta aos ventos, e tem poros por onde a luz
entra, não importando se é luz de inverno ou de verão. Ela não é tela digital frenética, ela ora é
papel sutil onde o tempo escreve seu poema, mais do que sua história, ora é tela sempre coberta pelas
cores da paisagem que me cerca, mais do que pelas formas.
Minha alma é minha pele, a que me envolve e cresce comigo,
sentindo o que o corpo também sente.
Ela está entre mim e o universo, na
fronteira entre o que ela cobre e o que nela , de fora, se imprime : como uma foto de Francesca, uma partitura de Lhasa.
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