A palavra “economia” tem por raiz o termo “oikos” : “espaço
privado onde reside uma família”. Assim ,
economia é: “cuidar do patrimônio da família” chefiada pelo homem.
Já “política” vem de “pólis”. Essa
palavra costuma ser traduzida por “cidade” : “Petrópolis”, cidade das pedras.
Mas pólis também significa “organização”.
Esse sentido está presente em “própolis”: “ a
favor da organização”, pois a colmeia é uma organização. É errado comparar a
colmeia a uma monarquia, pois as mesmas larvas da abelha podem se transformar tanto
em operárias como em rainha: é a colmeia
que escolhe o ser no qual se transformará a larva. E se ela se transformar numa
“rainha”, é para servir à coletividade, e não a coletividade servir a ela .
Inclusive, o nome “rainha” não é adequado, o mais correto seria: útero da
comunidade.
Assim, a pólis é espaço público e
comunitário. Pólis é construção da sociabilidade: defesa da cidadania. Enquanto
a economia, na sua origem, é gestão da
posse e propriedade da família, a política é governo que deve cuidar do comum e
realizar a justiça.
Na família, o sangue e a tradição são o elo que une seus membros ; na pólis, a seiva é a
lei publicamente debatida que une os cidadãos na construção do futuro.
A raiz da economia é a família; a
raiz rizomática da política é o socius. Para que os interesses da comunidade
não ficassem subordinados aos das famílias e seus chefes, os gregos inventaram
a “economia política”: os interesses privados têm que estar subordinados aos
interesses da comunidade.
Os economistas liberais de hoje
pensam o contrário: para eles , a política deve estar subordinada à economia
privatista. É por isso que eles aceitaram até um fascista que negava a
política, desde que ele não negasse a “Santa
Propriedade” e os juros.
A tal “autonomia do Banco Central”
pregada por essa gente na verdade é a subordinação do interesse público aos
negócios das grandes famílias donas dos grandes bancos e das grandes mídias.
Essa ideologia economicista liberal
parte da ideia de que a sociedade é secundária em relação ao indivíduo empreendedor. Porém
por trás desse culto ao individualismo está a defesa do patrimonialismo
familiar que se perpetua pelo direito à herança.
Não é por acaso que máfias e milícias
são “famílias” : elas são puro projeto de lucro a todo custo em detrimento da
comunidade, da justiça e da política.
A subida do fascista e sua manutenção
no poder não foram mero acaso. E também não é acaso ser a “Família” um de seus
lemas, junto com “Pátria” ( o poder do “Pater-Homem-Branco”) e Propriedade (
enquanto roubo feito à comunidade).
A democracia não é apenas um regime
político, ela também deve ser um pensar e
planejar a economia segundo fins sociais de uma economia política.
( este livro é apenas uma sugestão de
leitura)
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