domingo, 31 de março de 2019

o poder teológico-político como máquina delirante


O poder teológico-político não é nem teológico ou político, mas um monstro nascido de duas atividades antagônicas. A política preza o pôr as ideias sob a luz ( ideal iluminista) ou no meio da ágora, para que sejam avaliadas, criticadas ou elogiadas, antes de serem deliberadas e tornadas, como leis, regra para todos. O teológico cultiva o fechamento em torno de dogmas inquestionáveis , às vezes acessíveis apenas a poucos. Mas quando o político e o teológico se unem, nasce uma forma de poder que põe sob risco a luz do entendimento e a ágora enquanto espaço público democrático. O poder teológico-político , quando alcança o poder, traz para este certos dogmas inspirados em “gurus” ou “iluminados” que se creem governados diretamente por algum Deus. Além disso, exigirá a força bélica de polícias e exércitos a serviço de seu delírio, pois um dos traços do poder teológico-político é a paranoia: eles se acham “eleitos” e, ao mesmo tempo, perseguidos. A viagem de bozo a Israel também tem uma motivação teológica-política. O bozo , a Damares, o Velez e o Ernesto Araújo creem que o fim do mundo está perto. Segundo eles, Cristo estaria aguardando a conversão dos israelitas ao cristianismo para que Ele possa assim voltar . O bozo, em seu delírio de grandeza, imagina ser o agente dessa conversão-aproximação, juntamente com o Trump. E o anti-Cristo? Ele já estaria entre nós ameaçando o Brasil e o mundo. Para eles , o anti-Cristo não é uma pessoa, mas um “Ente Maligno” : o comunismo. E os budistas, muçulmanos, as religiões africanas , as mais de mil outras religiões que existem no mundo, elas também precisam se converter? Não, pois são eles que também serão julgados no Juízo Final , juntamente com os ateus e comunistas. São ideias delirantes e paranoicas assim que movem o Ernesto Araújo e sua “política externa”. No fundo, assim essa gente delira: não é preciso educação para os jovens, basta impor-lhes decorar a Bíblia; ou aposentadorias para os idosos, basta que eles frequentem a igreja ( a igreja deles, é claro...); nem é preciso florestas , rios ou a natureza. Se o fim do mundo está próximo, para que essas coisas? Essas coisas vão acabar, deliram eles, e é por isso que eles já querem acabar primeiro com a política. Pois é nela e dela, deliram eles, que o “anti-Cristo-comunismo” vive...




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