Quando pensava e falava, havia um ponto , um ponto enigmático, em que Heráclito parava de exercer o logos, e chorava. Nada mais dizia, apenas chorava.Então, os adultos se afastavam, apenas as crianças ficavam perto dele.
Demócrito, por sua vez, interrompia seu filosofar com estouros de riso.Não havia deboche ou ironia no seu rir, apenas alegria.
Sócrates punha um ponto final em seu filosofar sempre com longos silêncios meditativos, olhando para o nada.
Platão cessava seu discurso e se dirigia ao quadro para desenhar retas e formas geométricas, dizendo confiar mais nelas do que nas palavras.
Aristóteles , após ordenar as palavras, levava seus discípulos para verem a ordem que preside o mundo: recolhia sementes, peixes, estrelas-do-mar, arraias, incontáveis animais e os punha em ordem, como se fosse um silogismo.
Os estoicos diziam que as palavras são apenas a metade do sentido: a outra metade é o agir, e assim eles ensinavam fazendo, agindo, não temendo a confusão do mundo.
Espinosa afirmava que há um momento em que a palavra não conduz mais: é preciso então estender a mão e conduzir quem está perdido.
Nietzsche escrevia caminhando. Ele escrevia seguindo trilhas que subiam , nunca as que desciam , para que no texto o sentido também se elevasse.
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