Um
filósofo conta a seguinte história: Imagine
um homem rancoroso querendo
julgar a Vida por intermédio de
sua própria vida. Seu objetivo : achar a “raiz do mal”. Ele teria o poder de
examinar sua vida como se fosse um filme visto de frente para trás, do presente
para o passado. E mais: ele poderia “apagar” os acontecimentos julgados imerecidos de terem existido. Então , ele começa por examinar seus 20 anos , e vê que fizera coisas que condena, como se embriagar
muito, por exemplo. Assim, ele “apaga” de sua existência esse acontecido.
Porém, ele julga que a causa do “mal” está mais atrás . Ele vai aos 10
anos. Encontra também nessa idade coisas a apagar, como o ter matado aula para
ir jogar bola . Porém, a “raiz do mal” ainda não foi achada. Ele vai aos 8 anos, e
mesmo aí encontra o que culpar. Talvez, ter assaltado a geladeira para comer o doce que a mãe proibiu, ou ter brincado
escondido de médico com a vizinha. No entanto , o “mal” parece estar mais atrás
. Ele vai então aos 12 meses de idade :mesmo aí ele acha o que condenar, talvez
o fato de sujar as fraldas. O homem prossegue recuando, vai aos três meses: envergonha-se em ver-se sugando o seio da mãe. O ato é
apagado . Porém , ele imagina mais recuada a
“raiz do mal” . O homem se vê com 1 dia de vida, e mesmo aí ele encontra
o que condenar e apagar, sabe-se lá o quê, talvez a nudez do corpo. Ele vai
mais atrás ainda: se vê com 10 segundos, 9, 8, 7...3,
2,1...ele vai nascer...Ele pode julgar seu nascer como um
mal e apagá-lo? Se ele julgar o nascer um mal e quiser
apagá-lo, não seria esse homem um
doente, um louco que odeia a vida? A vida é inocente... É preciso protegê-la de
tais homens, sobretudo quando querem ter o poder de educar as crianças ou dominar o governo de
nossas cidades e Estados. Se os homens andam mal, a culpa não é da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário