segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

a vida é inocente...

Um filósofo conta a seguinte história: Imagine  um homem rancoroso querendo  julgar a Vida por intermédio de  sua própria vida. Seu objetivo :  achar a “raiz do mal”. Ele teria o poder de examinar sua vida como se fosse um filme  visto de frente para trás, do presente para o passado. E mais: ele poderia “apagar” os acontecimentos julgados imerecidos de terem existido. Então , ele começa por examinar seus 20 anos , e vê que  fizera coisas que condena, como se embriagar muito, por exemplo. Assim, ele “apaga” de sua existência esse acontecido. Porém, ele julga que a causa do “mal” está mais atrás . Ele vai aos 10 anos. Encontra também nessa idade coisas a apagar, como o ter matado aula para ir jogar bola . Porém, a  “raiz do mal”  ainda não foi achada. Ele vai aos 8 anos, e mesmo aí encontra o que culpar. Talvez, ter assaltado a geladeira para comer  o doce que a mãe proibiu, ou ter brincado escondido de médico com a vizinha. No entanto , o “mal” parece estar mais atrás . Ele vai então aos 12 meses de idade :mesmo aí ele acha o que condenar, talvez o fato de sujar as fraldas. O homem prossegue recuando, vai aos três meses: envergonha-se em ver-se sugando o seio da mãe. O ato é apagado . Porém , ele imagina mais recuada a  “raiz do mal” . O homem se vê com 1 dia de vida, e mesmo aí ele encontra o que condenar e apagar, sabe-se lá o quê, talvez a nudez do corpo. Ele vai mais atrás ainda: se vê com 10 segundos, 9, 8, 7...3, 2,1...ele vai nascer...Ele pode julgar seu nascer   como um  mal e apagá-lo? Se ele julgar o nascer  um mal e quiser apagá-lo, não seria esse homem  um doente, um louco que odeia a vida? A vida é inocente... É preciso protegê-la de tais homens, sobretudo quando   querem ter o poder  de  educar as crianças ou dominar o governo de nossas cidades e Estados. Se os homens andam mal, a culpa não é da vida.





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