O amor também tem sua arma.
Mas engana-se quem pensa que a arma do amor é a flecha que
desfere o Eros-Cupido.
Essa flecha nunca mira calcanhares, como o que tinha
Aquiles, para assim se aproveitar do que há de fraco , mesmo nos fortes.
Tampouco Eros-Cupido atira flechas para matar , como as muitas flechas que
atiraram os carrascos de São Sebastião, padroeiro do Rio. Hoje essas flechas
são balas que continuam a matar seus filhos.
Eros-Cupido lança apenas uma flecha. Uma flecha apenas basta.
Porém , essa flecha é
apenas um cinzel , uma ferramenta para
produzir metamorfose, como as mãos do escultor ao mármore.
A flecha-cinzel tem como alvo o coração, e apenas a este.
A
flecha parece que fere, como a agulha da vacina, mas é para curar e fortalecer,
imunizando.
É o coração a arma do amor, não é a flecha, assim como é o mármore
que devém arte, não o cinzel que o
esculpiu.
O coração assim atingido torna-se escudo. A arma do amor é
um escudo, como símbolo do cuidado.
Mas ao contrário dos escudos ordinários, que protegem apenas
o seu portador, e mesmo o escudo da Inteligência-Atena é assim, o escudo do
amor protege dos dois lados: protege quem com ele se arma e também quem quer
atacá-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário