sábado, 18 de fevereiro de 2017

o escudo que protege dos dois lados

O amor também tem sua arma.
Mas engana-se quem pensa que a arma do amor é a flecha que desfere o Eros-Cupido.
Essa flecha nunca mira calcanhares, como o que tinha Aquiles, para assim se aproveitar do que há de fraco , mesmo nos fortes. 
Tampouco Eros-Cupido atira flechas para matar , como as muitas flechas que atiraram os carrascos de São Sebastião, padroeiro do Rio. Hoje essas flechas são balas que continuam a matar seus filhos.
Eros-Cupido lança apenas uma flecha. Uma flecha apenas basta.
Porém , essa flecha é apenas um cinzel ,  uma ferramenta para produzir  metamorfose, como as mãos do escultor ao mármore.
A flecha-cinzel tem como alvo o coração, e apenas a este. 
A flecha parece que fere, como a agulha da vacina, mas é para curar e fortalecer, imunizando. 
É o coração a arma do amor, não é a flecha, assim como é o mármore que devém arte, não o cinzel que o  esculpiu.
O coração assim atingido torna-se escudo. A arma do amor é um escudo, como símbolo do cuidado.

Mas ao contrário dos escudos ordinários, que protegem apenas o seu portador, e mesmo o escudo da Inteligência-Atena é assim, o escudo do amor protege dos dois lados: protege quem com ele se arma e também quem quer atacá-lo.












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