A flor do ipê é uma das poucas que
floresce colorida durante todo o ano, resistindo até mesmo ao
cinza do inverno. A flor do ipê assim nos mostra que é possível ser
forte e resistente sem perder a arte de criar beleza. Antes de os
colonizadores aqui chegarem, os índios acreditavam que o ipê era a própria expressão da força fértil de
Pindorama, nossa Terra-Mãe ancestral . Na mitologia tupi-guarani, um dos
sentidos de Pindorama é: “terra onde os maus são vencidos”. As flores do ipê
são sempre de cores múltiplas, combinando o púrpura, o rosa, o branco e o
amarelo . Os colonizadores tentaram acabar com o ipê, porém não conseguiram.
Então, descobriram que podiam ganhar dinheiro sangrando uma árvore chamada pau-brasil, cuja resina
avermelhada corre no tronco da árvore como em nossas veias o sangue. Foi a
partir do comércio dessa resina cor de
sangue que a terra explorada ganhou novo nome, sendo então chamada de
Brasil pelos seus algozes. Por debaixo do culto fascista e pseudonacionalista ao verde e amarelo existe ainda a mesma
mentalidade criminosa que sangrou e
ainda sangra nossa Terra-Mãe, mátria ancestral. Porém, mesmo na Brasília usurpada pelos maus, os ipês de Pindorama ainda resistem florescendo , como vivas bandeiras pintadas pela própria natureza em
púrpura, rosa, branco e amarelo .
- inspirados nas bandeiras Wiphala e Mapuche ( bandeiras da luta dos povos originários da América Latina) , esboçamos/rascunhamos uma bandeira de Pindorama ( a partir das cores do ipê):
- bandeira Wiphala:
- bandeira Mapuche:
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