Sim, o “coiso” é mito, quem assim o
chama tem razão. O “coiso” lembra muito
um personagem mitológico: “Procusto”,
conhecido por ser intolerante e rígido. Certa vez, contudo, Procusto
propagandeou que havia mudado e iria provar. Ele veio para perto de uma estrada
por onde passava o povo cansado voltando do trabalho. Procusto construiu uma
cama e a oferecia ao povo como prova de sua “ bondade” e apreço pelos outros.
Quando as pessoas se deitavam na tal cama, porém, acontecia algo estranho:
ninguém cabia direito nela. Às vezes, a cama parecia pequena: a cabeça e as
pernas da pessoa sobravam. Procusto pegava então um machado e as decepava.
Noutras vezes, a cama se mostrava de tamanho demasiado. Procusto amarrava os
membros da pessoa com correntes e os esticava violentamente para amoldar à
força, acabando por desmembrar quem acreditou e se deitou confiando em Procusto
. Enfim, ninguém sobrevivia àquela cama: ela prometia ser um amparo, mas era
mesmo uma sentença de morte. Quando o
povo reclamava, Procusto se limitava a tirar do bolso uma régua tão inflexível
quanto sua mente, passando então a medir com rigidez militar cada lado da cama,
para depois recriminar as pessoas, acusando: “Do que vocês estão reclamando? A
régua não mente e nem tem Ideologias: ela mostra a Verdade Objetiva. Cada lado
da cama é igual ao outro, sem divergência. A cama é homogênea, perfeita! A imperfeição
está em vocês que são diferentes, heterogêneos. Amoldem-se, mesmo que se
violentando, e caberão na minha Verdade! ”.
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