sábado, 10 de novembro de 2018

procustos, ontem e hoje


Sim, o “coiso” é mito, quem assim o chama tem razão. O “coiso”  lembra muito um personagem mitológico: “Procusto”,  conhecido por ser intolerante e rígido. Certa vez, contudo, Procusto propagandeou que havia mudado e iria provar. Ele veio para perto de uma estrada por onde passava o povo cansado voltando do trabalho. Procusto construiu uma cama e a oferecia ao povo como prova de sua “ bondade” e apreço pelos outros. Quando as pessoas se deitavam na tal cama, porém, acontecia algo estranho: ninguém cabia direito nela. Às vezes, a cama parecia pequena: a cabeça e as pernas da pessoa sobravam. Procusto pegava então um machado e as decepava. Noutras vezes, a cama se mostrava de tamanho demasiado. Procusto amarrava os membros da pessoa com correntes e os esticava violentamente para amoldar à força, acabando por desmembrar quem acreditou e se deitou confiando em Procusto . Enfim, ninguém sobrevivia àquela cama: ela prometia ser um amparo, mas era mesmo uma sentença de morte.  Quando o povo reclamava, Procusto se limitava a tirar do bolso uma régua tão inflexível quanto sua mente, passando então a medir com rigidez militar cada lado da cama, para depois recriminar as pessoas, acusando: “Do que vocês estão reclamando? A régua não mente e nem tem Ideologias: ela mostra a Verdade Objetiva. Cada lado da cama é igual ao outro, sem divergência. A cama é homogênea, perfeita! A imperfeição está em vocês que são diferentes, heterogêneos. Amoldem-se, mesmo que se violentando, e caberão na minha Verdade! ”.



Nenhum comentário:

Postar um comentário