A logomarca do governo bozo é dura, rígida, fria. Tanto a área
representando nosso céu quanto a que sugere nossas matas estão sob
verde-oliva-militar envolto em sombras. E o amarelo não é mais o amarelo-ouro
ou amarelo-girassol: pelo exagero do sombreamento, tornou-se amarelo chumbo. Cassaram as estrelas, talvez por associarem
paranoicamente a ideia de estrela com o
partido que tem uma como seu símbolo... Há uma ambiguidade no globo que aparece
apenas pela metade: ele não é mais uma abóbada celeste, parecendo mais um sol
eclipsado. Quem criou tal associação da ideia do sol com tal tom de azul
desconhece não apenas o simbolismo das cores, como também o dos afetos. Além
disso, tal azul não é o do céu ou do mar, cujos tons são mais brilhantes e vivos. Esse tom de azul costuma representar, na psicologia, estados mentais
ensimesmados, intelectual e afetivamente embotados. O globo parece mais um sol frio que
perdeu o amarelo-chama da vida intensa. A faixa branca da “Ordem e Progresso” lembra um corte violento que divide a
bandeira ao meio, como fizeram com a
placa de rua com o nome da Marielle, simbolizando um país que não está inteiro.
O lema “Pátria Amada” retoma a palavra
de ordem da ditadura , agora requentada. E a cor das letras reproduz o
mesmo azul-soturno daquele sol que não aquece ninguém.
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