Vem a chuva e molha a planta:
não mais cabisbaixa,
o caule de novo levanta,
e abre-se acima uma porta com o céu.
Outra vive perto do rio.
E sabe com raízes achar o fluxo,
sugando o rio para dentro de si.
Mas o cacto mora no deserto.
Não há água perto,
no chão ou no céu.
Uma arte inventou o cacto:
o de ter longas raízes.
Sondando o fundo da terra,
metros e metros abaixo
do que pode ver a vista,
tal sobrevivente encontra a água
que morou no céu um dia.
Ele a chama para si
e a guarda como tesouro
mais valioso do que prata ou ouro:
prenhe de chuvas e rios,
firme se alegra ,
e a água oferta a quem sede tiver.
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