Dentro do casulo, parece que a
lagarta está morta. E, de fato, ela está.Ela não se move, ela está parada: ela é
o passado que morre.Para a lagarta, o casulo é um túmulo.Mas algo ali acontece,
e para ver esse processo poucos têm os olhos. Pois o que chamamos morte da lagarta,
como fim ou término, é apenas o começo do nascer da borboleta. Não é a morte da lagarta
que cria o nascer da borboleta. Ao contrário, é o nascer da borboleta que dá à
morte da lagarta um outro sentido. O casulo , na verdade, nunca foi um túmulo:
ele sempre foi um útero, um escuro ou treva, em razão da metamorfose que produz o que há de nascer.
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