Espinosa ensina que cada ser singular que existe é um modo ou modificação do Absolutamente Infinito. Cada modo se distingue do outro não por aquilo que possui de coisas finitas, cada modo se distingue de outro pelo grau da potência infinita que ele expressa e conquista.
Quanto mais
potência um modo expressa, menos egóico e inconstante é, de menos coisas
exteriores precisa para afirmar-se e ser.
Potência ( potentia)
e poder ( potestas) não são a
mesma coisa. Toda potência que expressamos é um grau da Potência Infinita da
Natureza, já o poder se explica pelas relações dos modos finitos entre si ; e
tais relações podem ser de dominação ou
de emancipação, de servidão ou de liberdade, de tristeza ou de alegria , de ódio ou de amor, de beligerância ou de cooperação, de tirania
ou de democracia.
Como o infinito
não pode ser posse exclusiva de ninguém, aquele que mais expressa o infinito é
aquele que mais riqueza tem. Não riqueza em ouro , posses ou capital, mas
riqueza de ideias, riqueza de ações, riqueza de afetos, riquezas essas que se caracterizam
pela generosidade.
Em latim, um dos sentidos de “beatitude” é riqueza . Ao contrário da riqueza associada à busca por poder, a beatitude é uma riqueza que cresce quanto mais a partilhamos, quanto mais despertamos em cada um a sua potência.
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