quarta-feira, 2 de setembro de 2020

ao deus desconhecido

 

Os gregos não tinham religião com Dogmas escritos , Mandamentos , Leis ou coisas assim. Os gregos possuíam altares para vários de seus deuses: Atena, Zeus, Apolo...menos para Dioniso, pois esse deus não aceitava altares ou templos, ele morava apenas nos caminhos, como deus-itinerante, andaleço-nômade. Mas também havia um altar com este nome: “Ao Deus Desconhecido”. Tal Deus Desconhecido não era um deus que um dia seria conhecido. Também não era um deus do qual se ignorava a existência ainda. O Deus Desconhecido tinha por essência ser desconhecido eternamente, o que não impedia que fosse aceito e amado, não menos que os deuses conhecidos. Desse Deus Desconhecido não podia nascer fanatismo , nem alguém imaginando falar em nome dele para combater quem acreditava em deuses diferentes, e muito menos usá-lo para fim teológico-político. Mais do que mera questão religiosa, tal prática de tolerância também expressava a índole democrática daquele povo.

No altar dedicado ao Deus Desconhecido não havia imagem ou estátua com identidade única e padronizada. Havia apenas flores de todas as cores emoldurando uma superfície espelhada na qual cada um podia ver refletido o próprio rosto .

 

“A literatura é o esforço para interpretar engenhosamente os mitos que não mais se compreende, por não sabermos mais sonhá-los ou produzi-los.” (Deleuze)

 

( o livro abaixo é só uma indicação de leitura)



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