Platão dizia que o filósofo é aquele
que possui asas que o fazem subir para longe da Terra, até alcançar o Céu das
Ideias, e nele pousar.
Como seu antecessor, Plotino também
dizia que o filósofo possui asas. Mas as asas de Plotino sobem sem parar, elas
nunca pousam: elas fazem o filósofo alçar como um raio que sobe, até furar o
céu e transpassá-lo , como um peixe que pula para fora do aquário.
Em Plotino, as asas de filósofo o
fazem ir além do Céu, acima até mesmo de toda transcendência onde os deuses
moram, até alcançar o Uno de onde proveio tudo.
Como o peixe que , na contracorrente,
subiu o rio e reencontrou a fonte que
foi seu berço, o filósofo desfaz os nós do tempo, até achar o fio que cerziu o ontem, o hoje e o amanhã. Por esse fio invisível,
fio de luz, o filósofo vai subindo até o Novelo Cósmico do qual se desdobrou tudo o que vive.
Enquanto sobe, o filósofo vai se despindo
do peso, da angústia, da dor , da memória, da imaginação , da razão,
da morte...Até que fique apenas o desejo
puro, para amorosamente se unir à Fonte.
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