sábado, 2 de outubro de 2021

plotino e o aquário

 

Platão dizia que o filósofo é aquele que possui asas que o fazem subir para longe da Terra, até alcançar o Céu das Ideias, e nele pousar.

Como seu antecessor, Plotino também dizia que o filósofo possui asas. Mas as asas de Plotino sobem sem parar, elas nunca pousam: elas fazem o filósofo alçar como um raio que sobe, até furar o céu e transpassá-lo , como um peixe que pula para fora do aquário.

Em Plotino, as asas de filósofo o fazem ir além do Céu, acima até mesmo de toda transcendência onde os deuses moram, até alcançar o Uno de onde proveio tudo.

Como o peixe que , na contracorrente,  subiu o rio e reencontrou a fonte que foi seu berço, o filósofo desfaz os nós do tempo, até achar  o fio que cerziu o ontem,  o hoje e o amanhã. Por esse fio invisível, fio de luz, o filósofo vai subindo até o Novelo Cósmico  do qual se desdobrou tudo o que  vive.

Enquanto sobe, o filósofo vai se despindo do peso,  da angústia,  da dor , da memória, da imaginação , da razão, da morte...Até que fique apenas  o desejo puro, para amorosamente se unir à Fonte.















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