sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

SOBRE A “LIBERDADE DE EXPRESSÃO”

 

1-Um dos alicerces da democracia é o direito de expressar opinião. O fundamento desse direito é a liberdade.

Porém, esse direito, como todo direito,  possui uma forma e um conteúdo.

A forma desse direito é exatamente a sua universalidade assim expressa : “Todos têm o direito de emitir opinião e expressar sua liberdade”.

A forma é apenas o contorno desse direito, já o conteúdo é aquilo que vai ser colocado dentro desse contorno.

Nem todo conteúdo cabe nesse contorno. Alguns conteúdos, inclusive, violentam esse contorno e o rasgam, como uma serpente venenosa que eclode do ovo.

Por exemplo, xenofobia, culto a nazifascismo, homofobia , misoginia , racismo...Esses e outros assuntos semelhantes não cabem na forma da opinião democrática, pois eles ameaçam a própria regra que garante o direito democrático de opinião.

Defender nazismo e fascismo não é opinião, e sim crime , crime inclusive contra a própria liberdade.

Uma fala que prega essas coisas  não é "opinião": é ovo que choca a serpente da barbárie.

Assim, o único contorno onde devem ser colocados  esses crimes disfarçados de opinião, crimes dos quais o genocida de Brasília  é o maior infrator,  é o contorno da cela de uma prisão que, após o devido processo legal ( incluindo processos em Tribunais Internacionais que julgam crimes contra a humanidade) , nos livre desses nazifascistas o quanto antes.

2-Sempre que se pergunta ao genocida de Brasília o que ele acha do nazismo, ele dissimula, desconversa  e começa a atacar o comunismo, dizendo que os “vermelhos” são piores : “os ‘vermelhos’ são contra a Propriedade, a Família  e Deus”, diz ele.

Essas  dissimulações  , no entanto,   são típicas de nazistas ,  confessos ou não.

E o mais revelador é  ver quem ele considera “comunista”: para ele e seus cúmplices, os “comunistas” são os petistas, os psolistas, os sem-terra, as feministas, os lgbtqia+, os pró-vacina, os educadores...

Para ele, também se tornaram “comunistas”  todos os que votaram nele antes e ,após um lampejo de sanidade,  hoje não votam mais.

Para ele , “comunista” é quem  é diferente dele e de sua paranoia ; enfim,  para ele “comunistas” somos eu , você, nós.

Nos últimos 30  anos , inclusive , basta ver as barbaridades que ele prega que devem ser feitas contra os que ele chama de  “comunistas” para  não termos dúvidas que suas falas são uma espécie de versão miliciana do “Mein Kampf”...



( escrevi sobre este filme e o sugeri em 2018,  às vésperas da eleição presidencial ; perigosamente,  as ameaças nazifascistas  relatadas no filme estão  ainda mais atuais...)



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