A sábia Diotima conta mais ou menos a seguinte história: quando
Afrodite nasceu, os deuses resolveram fazer uma festa para comemorar. Afrodite
é a deusa da beleza e da fertilidade , é ela que guarda e cuida das sementes da vida.
Nessa festa se encontrava Pênia, a
deusa da pobreza. A pobreza de Pênia não é a mera pobreza material que se
supera com dinheiro , pois é uma pobreza que carece de algo que somente o mundo
imaterial pode dar, e que não se vende no mercado e nem tem preço.
Na festa também estava Poros, conhecido como o deus da riqueza. A riqueza de Poros não é a mera riqueza material , mas a riqueza de saber inventar meios para superar dificuldades .
O contrário de Poros é "aporia", com a partícula "a" expressando privação. Assim, aporia é "sem saída": quando os poros do corpo estão fechados e a pele fica sem meios para respirar.
Então, inspirada pelo nascimento de Afrodite , Pênia se uniu a Poros, e dessa união nasceu Eros, o Amor. Como sua mãe, o Amor não basta a si mesmo; e como seu pai, Eros inventa os meios para ir além de si mesmo.
Segundo Diotima, Eros
é o maior dos filósofos e único mestre. É ele que , vencendo aporias que paralisam e sufocam, sempre encontra uma saída...
“Liberdade é pouco.
O que quero ainda não tem nome.”
(Clarice Lispector)
( este livro é apenas uma sugestão de
leitura)
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