Há um comportamento chamado
“niilista”. Essa palavra vem de “nihil” ,  expressão que costuma ser traduzida  por “nada”. O niilista, dizem, é aquele que
não crê em nada. 
Mas a tradução mais adequada de
“nihil” é, na verdade, “nulo”.  O
niilista é aquele cujas palavras, ações e visão de mundo são nulos. O nulo não
é o nada, o nulo é o que quer reduzir a vida a nada. 
O niilista não é um ateu, o niilista
é aquele que até  fala muito em Deus, mas
sua concepção de Deus é nula, pois não tem  autenticidade vital.
O niilista não é um deprimido, o
niilista  pode ser até muito piadista e
risonho, mas sua alegria  é nula . É uma
“alegria que nasce da tristeza”, como já diagnosticava Espinosa; e Nietzsche
chamava de “niilismo reativo” a essa forma de vida triste.  
O niilista não é um apolítico, ele se
envolve e faz política, porém sua política é nula: ódio à democracia.
 Um dos antônimos de “nulo” é “fecundo” ou
“potente”. O niilista é um infecundo: no viver, no agir e no falar.
 O niilista 
não é um potencial suicida, mas aquele cujo viver é nulo,
impotente,  mesmo que viva mil anos. E
enquanto ele viver, viverá ameaçando anular a vida dos outros...
 O niilismo reativo é um ódio profundo à vida.
Por isso, está sempre querendo anulá-la: rios, árvores, terra, força humano do
trabalho, enfim, o planeta...Tudo isso  o
sistema niilista anula transformando em mercadoria para preencher a sua nula
vida com consumos escapistas. 
 Mas nada atrai tanto o niilista quanto o ódio
e a guerra. Guerra e ódio, a destruição cega, tornam objetiva a nulidade
existencial do niilista.
Há em todo niilista um ódio a tudo o
que é fecundo e potente. Num mundo conduzido por homens niilistas, o poder se
torna máquina de ódio ameaçando anulações recíprocas. 
Que Gaia, Pachamama, enfim, a Mãe-Terra
com sua Fecundidade e Potência  de Vida,  nos protejam desses homens da guerra  ressentidos, vingativos e perigosos para toda
a vida no planeta.
Obs.: Nietzsche fala ainda do
"niilismo passivo", que é diferente do tal niilismo reativo. O
niilismo passivo se expressa naqueles que se dizem "neutros", que não
tomam partido. Embora o que escrevi não tenha como referência exclusivamente
Nietzsche, são três as formas de niilismo: niilismo reativo, niilismo passivo e
niilismo ativo. Ou seja, os destruidores/ressentidos, os "neutros
mortos-vivos" e os críticos-criativos-ativos.
 
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