“Perseverança” vem de “perseverare” :
“manter-se firme”, como deve ser a mão
estendida para segurar quem ameaça cair.
“Amor” se origina da união da letra “a” com função privativa ( como em “a-fasia” :
“não fala”) mais a abreviação da palavra morte: “mor”. Assim, amor é : “não
morte”. Quando nos unimos por amor à democracia, é pela “não morte” da
democracia que nos unimos.
“Oportunidade” nasce de “oportunus”,
que era o nome do vento que trazia de volta ao porto o navio que se perdeu numa
tempestade.
“Filosofia” é a união de “phylo” ,
“amor” ou “amizade”, mais “sophia”, também chamada de “sabedoria”. A palavra
“sophia” não é a mesma coisa que razão. Pois sophia também é sensibilidade , afeto e ação.
“Sophia”, inclusive, pode ser nome de gente, porém ninguém se chama “Razão”,
embora os intolerantes se julguem donos dela.
“Educador” é “aquele que conduz”; e
forma par com “educando”: “aquele que é conduzido”, porém sobre as próprias
pernas , com autonomia.
“Absoluto” : “o que não é soluto”. É “soluto”
tudo aquilo que se dissolve. Mesmo a pedra é soluta e se dissolve, até mesmo o
aço, embora exija muito tempo para o aço dissolver-se. Assim, “absoluto” não é
o mesmo que “eternidade”. Pois “eternidade” se opõe ao tempo, ao passo que um
momento do tempo pode ser absoluto, desde que o salve a criatividade ,
fazendo-o viver no poema, na música, enfim, na arte.
“Dioniso” : “aquele que nasceu duas
vezes”. A primeira vez que Dioniso nasceu foi quando veio ao mundo: como todo
recém-nascido, veio ao mundo chorando. A segunda vez que ele nasceu foi após
ser despedaçado por seus carrascos, quando então Dioniso renasceu do próprio
coração. E desse renascer Dioniso surgiu sorrindo, na alegria do triunfo da
vida.
“A poesia está guardada nas palavras,
é tudo o que sei.”(Manoel de Barros).
- trecho do filme "Língua de brincar" , de Gabraz Sanna:
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