Espinosa dizia, não sem dor , que a
pior fase da vida é a infância. Não que
ser criança seja algo ruim em sua essência. Espinosa argumenta que o perigo
dessa fase da vida se deve ao fato que
é nela que mais dependemos da qualidade
do caráter dos adultos que nos cercam.
“Criança” significa: “aquele que
crê”. Na criança, essa crença é a expressão de sua inocência. Muito diferente é
o adulto seguidor de fanatismos teológicos-políticos, cuja “crença” é demonstração de ignorância ou
ingenuidade mesmo (“in-genius”: “aquele que não sabe pensar por si próprio.”)
Em geral, é na relação com as
crianças que fica mais evidente a índole perversa do mau caráter, que se vale
da inocência da criança para fazê-la imitar seu comportamento baixo.
Seres assim são um “mau encontro”
para as crianças. Segundo Espinosa, “maus encontros” são aqueles que propagam
servidão em suas variadas formas. A servidão é uma máquina doentia que transforma a inocência em “crença”
ignorante, depois que a criança cresce e se torna um adulto servil.
Não por acaso, diz Espinosa, o tirano
infantiliza o adulto, ao mesmo tempo que instrumentaliza as crianças ( Hitler,
por exemplo, era obcecado por vestir as crianças com uniformes militares
nazistas , além de obrigá-las a fazerem o gesto nazista...).
Quando a infância é cercada de
cuidados e a educação é emancipadora, ser criança não é uma fase que começa e
termina. Pois ela se torna uma fase de descobertas para toda a vida, as quais o
adulto sempre retorna, como retorna poeticamente Manoel de Barros à
infância, para renovar sua crença ativa
na vida.
( sei que muitos não suportam mais olhar para esse inqualificável. Eu mesmo
não suporto...Mas é preciso denunciar esses crimes contra as crianças. Pois não
são apenas os bons exemplos que educam as crianças, também a ajudam a crescer
conhecer os “maus exemplos” propagados por pessoas ruins. Deve-se dizer a elas:
“filho, filha, fujam da influência de seres assim. ”)
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