Os primeiros historiadores gregos iam
eles mesmos para as guerras, para assim refutarem o que diziam os antigos poetas. Os relatos
desses historiadores procuravam
desmentir o que escreveu, por exemplo, o poeta
Homero acerca da Guerra de Troia. Esses primeiros historiadores,
querendo opor razão e poesia, diziam que
na guerra não viram Eros, Zeus, Dioniso ou Atena auxiliando os guerreiros em suas lutas contra a
tirania; os historiadores diziam que
viram apenas sangue, barbárie e desumanidade. Assim, e empregando a
literalidade objetivista como arma, usaram a guerra literal para justificarem
outra guerra, a guerra educacional travada por eles contra a poesia, dizendo
que a poesia de nada servia à formação do cidadão.
Em sentido oposto segue George Orwell
em seu maravilhoso livro “Homenagem à
Catalunha”. Ele é um escritor-poeta que acreditava que a arte e a poesia podem
inspirar nas lutas concretas contra as tiranias, as de ontem e as de hoje. Ele
se alistou e lutou junto com as forças
democráticas que resistiram ao fascismo. O livro é o relato dessa luta para
inspirar as gerações futuras.
Atena, Ariadne , Dioniso, Eros...não são realidades objetivas ou históricas. Elas e eles são potências simbólicas, potências
artísticas da vida, que , primeiro que
tudo, nos ajudam em nossas guerras internas contra tudo aquilo que rouba nossa
coragem, força e ousadia.
Quando a luta é necessária para a
defesa urgente da vida, razão e poesia lutam lado a lado , tanto nas guerras
contra as tiranias como na luta diária para , nas escolas e academias ,
mostrarem a importância da literatura,
da sociologia e da filosofia. Importância para a formação não só de poetas,
sociólogos e filósofos, mas também para
formação pensante , crítica e criativa, de todos .
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