terça-feira, 8 de junho de 2021

literatura, filosofia e luta antifascista

 

Os primeiros historiadores gregos iam eles mesmos para as guerras, para assim refutarem  o que diziam os antigos poetas. Os relatos desses historiadores  procuravam desmentir o que escreveu, por exemplo, o poeta  Homero acerca da Guerra de Troia. Esses primeiros historiadores, querendo opor razão e poesia,  diziam que na guerra não viram Eros, Zeus, Dioniso ou Atena auxiliando   os guerreiros em suas lutas contra a tirania; os historiadores diziam que  viram apenas sangue, barbárie e desumanidade. Assim, e empregando a literalidade objetivista como arma, usaram a guerra literal para justificarem outra guerra, a guerra educacional travada por eles contra a poesia, dizendo que a poesia de nada servia à formação do cidadão.

Em sentido oposto segue George Orwell em seu maravilhoso  livro “Homenagem à Catalunha”. Ele é um escritor-poeta que acreditava que a arte e a poesia podem inspirar nas lutas concretas contra as tiranias, as de ontem e as de hoje. Ele se alistou e lutou junto com as  forças democráticas que resistiram ao fascismo. O livro é o relato dessa luta para inspirar as gerações futuras.

Atena, Ariadne ,  Dioniso, Eros...não são  realidades objetivas ou  históricas. Elas e eles  são potências simbólicas, potências artísticas da vida,  que , primeiro que tudo, nos ajudam em nossas guerras internas contra tudo aquilo que rouba nossa coragem, força  e ousadia.

Quando a luta é necessária para a defesa urgente da vida, razão e poesia lutam lado a lado , tanto nas guerras contra as tiranias como na luta diária para , nas escolas e academias , mostrarem a importância  da literatura, da sociologia e da filosofia. Importância para a formação não só de poetas, sociólogos e filósofos, mas também para  formação pensante , crítica e criativa, de todos .




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