Espinosa dizia que a pior fase da
vida é a infância. Não por alguma coisa que seja intrínseca a essa fase da
vida, mas por algo que lhe é extrínseco, que vem de fora. Pois é nessa fase da
vida que mais dependemos da qualidade dos adultos que nos cercam. Qualidade é
um valor que qualifica uma existência como nobre ou vil, libertária ou servil,
educadora ou adestradora, questionadora ou fanática, que se esforça para pôr de pé ou obriga a ficar de
joelhos .
A infância não é, em si, uma fase
ruim da vida. Ela será ruim ou boa, de tristezas ou de alegrias , de retraimentos
ou de emancipações ,de autoanulação ou de descoberta de si mesmo , enfim, de traumas
ou de aberturas à vida e ao mundo, conforme a qualidade dos adultos que cercam
a criança. Mais do que em pesquisas de opinião , é no modo como trata suas crianças que uma sociedade
revela sua natureza .
Que futuro esses vis governantes
querem para as crianças ao reservarem mais recursos para as forças armadas do
que para a educação? A questão não são as armas, mas a mentalidade
mórbida que está por trás delas, pois é essa mentalidade que é a pior arma :
arma da ignorância , arma do fanatismo, enfim, arma apontada contra o futuro
e inocência das crianças. Essa
mentalidade doentia que cultua o fanatismo e a violência também arma os monstros.
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