Segundo Espinosa, é uma ilusão
imaginar que um homem autoritário
poderia se tornar um homem justo se assim o quisesse, como se a passagem
da tirania à justiça dependesse
de um ato de vontade de tal homem.
É ilusão ainda maior imaginar que quem promove
a morte e a ignorância um dia mudará e passará a cultivar a vida e o
conhecimento.
Essa ilusão psicológica fomentada por
setores da mídia corporativa imagina que um dia, enfim, o carrasco se tornará um amigo empático de suas
vítimas , que desde já deveriam perdoá-lo , “deixar para lá” e oferecer anistia..
Publicamente, o carrasco até finge que mudará, mas entre os
seus ele ri e zomba enquanto afia seus instrumentos de tortura.
Se um homem autoritário , perverso e torturador não consegue se tornar alguém
diferente, é porque disso ele não é
capaz, ou seja, essa incapacidade é uma amostra pública não da impotência
de sua vontade, mas da natureza
vil de seu caráter, um caráter de torturador sádico.
Se olharmos para aquilo que ele de
fato é,
e não com esperanças cegas de como ele deveria ser, veremos que o
torturador tem uma vontade bem determinada. Determinada não em mudar, e
sim determinada em continuar a ameaçar : a nós e a democracia
Se um homem alcançou o poder por
intermédio do voto não escondendo de
ninguém que é autoritário, genocida, preconceituoso, misógino...é uma ilusão
achar que ele mudaria de natureza exatamente quando tem que entregar o poder.
Segundo Espinosa, a obtenção de poder nunca tornará um tirano democrata, a
não ser em palavras, enquanto ele ganha tempo para melhor planejar na surdina
suas vilezas. A obtenção de poder tornará esse homem ainda mais
despudorado em ser como ele é , ao mesmo
tempo que conseguirá reunir com mais submissão gente ao redor dele, gente que é
como ele , mas que tinha vergonha de
assumir sua ignorância e baixeza em
público.
Ao fim do debate na Globo, o miliciano
disse: “leva quem tiver mais votos”. A mídia comemorou supondo nisso uma manifestação
democrática. Contudo, na cabeça do tirano-paranoico, é ele que tem mais votos!
Ele nutre essa certeza paranoica que, como todo delírio paranoico, não se
alimenta dos fatos, mas de negá-los.
Não é verdade que ele está “quieto”,
ele está articulando freneticamente com setores da PRF e dos caminhoneiros um “capitólio
teomiliciano”. Inclusive, os líderes dos caminhoneiros estão fingindo que nada
têm a ver com os bloqueios criminosos, para dar a entender de que é um “movimento
espontâneo”.
O objetivo do miliciano é arquitetar uma confusão que lhe permita autoritariamente decretar a Garantia da Lei e da Ordem ( GLO),
que faria dele um tirano que estenderia tal farsa indefinidamente, impedindo a
transição e pondo em risco a posse de Lula.
Não por ódio ou vingança, mas por
amor à dignidade e justiça, só teremos paz quando esse criminoso e seus
cúmplices forem julgados e presos.
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