terça-feira, 3 de maio de 2022

a "Matrix"

 

A mídia corporativa ultimamente vem martelando que  o fascista está ganhando do Lula no mundo virtual. E o motivo dessa derrota seria  que a  campanha do petista é “analógica” , isto é, mais jeito de rua e praça do que rede social, ao passo que o fascista saberia empregar os meios digitais.

Mas  essa  análise tendenciosa quantitativista da mídia corporativa passa por cima das diferenças reais  qualitativas , tentando assim  escamotear sua posição ambígua atrás da pseudoneutralidade dos números.

Por exemplo, eles dizem que o fascista tem milhões de seguidores a mais que Lula; também apontam que o miliciano possui milhões de citações a mais e coisas do tipo.

Porém, a mídia golpista não esclarece  que muitos desses milhões de seguidores do fascista   são robôs comprados com dinheiro público, e  que esse mundo paralelo forma uma  rede de ódio semelhante a uma obscura “Matrix” negadora da  realidade .

Esse “a mais” numérico  que o fascismo tem é , na verdade, uma diminuição   da nossa qualidade política. Pois mais fascismo é menos democracia.

A mídia corporativa tenta vender a ideia de que o miliciano tem sucesso no mundo digital, ao passo que a campanha de Lula é retrógrada e arcaica por ser “analógica”.  O mundo analógico da rua e praça  é  tão arcaico , insinua a mídia de forma cínica, que nele ainda existem sindicalistas, direitos trabalhistas e luta de classes...

Mas essa mídia parece ignorar  que pobreza, fome e miséria não  são realidades virtuais , e sim analógicas.  Também devem ser analógicas as ações  reais que podem ajudar a vencer essas mazelas sociais , ações que devem envolver  solidariedade , empatia e consciência social .

 Essas ações analógicas progressistas, convergindo diferenças, são a principal  resistência  ao fascismo e sua mentalidade de  Neandertal, agora armada  com celulares.

A questão decisiva não passa pela diferença entre o “analógico” e o digital, e sim entre  a democracia e o fascismo ,  a pluralidade e o autoritarismo,   enfim, entre os defensores da democracia e aqueles que a querem morta, seja pela ameaça fascista , seja pela submissão do interesse público  aos interesses privados predadores, dos quais a mídia corporativa é a voz.  

 

Nenhum comentário: