quinta-feira, 4 de junho de 2020

espinosa, manoel e a água pura

No início da Ética, bem na aurora do livro,  Espinosa não fala do oceano, tampouco das ondas, ele fala da água, da simples e pura água: a natura naturante. Somente depois ele nomeia essa água como oceano, Deus ou Substância,   para em seguida  falar das ondas como modos ou maneiras de ser desse oceano : a natura naturada.

Essa água pura não é como a de Tales, ainda não tão pura, não tão sentida e pensada . Essa água pura também não é água da chuva, rio ou lágrima, embora todas as águas sejam uma expressão ou maneira  de ser dela. A água pura  é  água de placenta, que antes de nascermos  nos envolveu por fora, e hoje nos anima por dentro, como sangue e plasma ; de tal modo que a água que bebemos não é novidade para nosso corpo, pois a água nova à água eterna se soma , ambas a mesma : una e múltipla.


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