quarta-feira, 20 de março de 2019

sobre o uso dos mitos...


Às vezes, os simpatizantes do bozo  o chamam de "mito". De certo modo, eles não estão errados. Pois mitos não são apenas Zeus, Hermes, Afrodite, Eros, Dioniso ...Também são mitos , por exemplo, os "Ciclopes" , que eram seres de um olho só na testa simbolizando “estreiteza de visão”. Os Ciclopes eram inimigos de Zeus, o deus da ética e da justiça, e de Eros, o deus do amor. Os Ciclopes, segundo Jung, simbolizam o que de besta bárbara ainda vive no homem, como sombra persistente mesmo hoje nesse mundo tecnológico, pois o bozo-Ciclope também usa a tecnologia a serviço de sua visão estreita. Outro mito que parece simbolizar o bozo são as “Eríneas”, deusas do ódio e da vingança. Foram elas que despedaçaram “Orfeu”, o poeta que cantava a vida e a arte. As Eríneas despedaçaram Orfeu  pelo seguinte motivo: quando Eurídice morreu, o poeta Orfeu parou de cantar. Eurídice era o par de Orfeu. Para os gregos, “Eurídice” também é um dos nomes da alma, assim como “Psiquê” e “Pneuma”. Então, as Eríneas queriam que Orfeu esquecesse a alma e servisse a elas, cantando assim a guerra , o ódio e a vingança, para ajudá-las a espalhar tais vilezas  pelo mundo. Como Orfeu se recusou a usar sua arte para servir à barbárie, as Eríneas o despedaçaram, tal como as Eríneas de hoje que despedaçaram a placa de rua com o nome da Marielle... Mas isso não fez morrer o poeta , pois seu filho de nome “Museu”, poeta como o pai, recolheu os fragmentos  que Orfeu se tornou e os reuniu novamente, fazendo surgir assim a primeira exposição do mundo, na qual  Orfeu reencontrou sua alma-Eurídice expressa em sua  arte. Pela ação de Museu, a vida de Orfeu estaria conservada e  a servir de lição para nos ensinar que, por  mais que a barbárie tente, ela nunca vai vencer  totalmente a poesia, a vida e a arte.



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