Nietzsche dizia que precisamos tapar
o nariz quando gente vil cruza nosso caminho. Mas não basta tapar apenas o
nariz do corpo, também é preciso, sobretudo, tapar o nariz do espírito. Pois mesmo que o
corpo de gente assim esteja coberto de perfumes, cheiram mal as ideias e palavras que tais
seres emitem : é o que sai da boca delas o que fede. Assim
são as palavras irrespiráveis que saem da boca imunda do genocida.
Não podemos fechar os olhos e ouvidos
ao que ele escreve e fala , é preciso
ficarmos atentos. Porém , é necessário seguir o conselho de Nietzsche: tape o
nariz do espírito, para não ser envenenado pelo hálito lúgubre que sai da boca
do miliciano. Pois um espírito envenenado fica enfraquecido, triste, com medo, já se achando vencido. E o mais
importante de tudo: antes de tapar seu nariz do espírito, aspire bastante ar
puro e oxigênio , como um escafandrista que precisa descer num lago cujo fundo
é lama e lodo.
Não por acaso, “sopro de vida” é, em
latim , “Spiritus”. Antes de lermos ou
ouvirmos o que diz esse ser do pântano,
é preciso enchermos o pulmão vital com o sopro do espírito. Depois, o mais
rápido possível , devemos com urgência ir respirar novamente o ar que nos mantém
vivos, ar que está na educação, nas artes, na filosofia, enfim, nesses oxigênios
que devemos partilhar para tomarmos fôlego e, juntos, agirmos.
“Um pouco de possível, senão sufoco.”
(Foucault)
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