sexta-feira, 24 de setembro de 2021

o cercadinho fascista

 

Diariamente, vemos o genocida fazer discursos ameaçadores e delirantes diante daquele “cercadinho” em Brasília , no qual estão arrebanhados  seus adeptos. Esse cercadinho   é a imagem externa de um outro  “cercadinho”: o da limitação de ideias.

Às vezes, uma única imagem revela toda uma mentalidade. Esse “cercadinho” é a imagem visível de uma limitação externa que revela uma estreiteza interna.

Não sei se vocês  já repararam, esse cercadinho está ficando  cada vez mais apertado . Como vem diminuindo o número de adeptos, e para não mostrar o vazio no centro desse cercadinho, o fascista manda diminuir o diâmetro do cercadinho, para assim dar a ilusão de que ele está cheio. Ou seja, para dar a ilusão de coesão , estreita-se ainda mais o cercadinho.

Quanto menos gente tem, mais o cercadinho fica apertado. Se continuar assim, no último dos adeptos veremos a verdade do que esse cercadinho realmente é, pois esse cercadinho estará  colado no último alienado  como uma camisa de força.

Não por acaso, o termo “fascismo” vem de uma palavra italiana que significa exatamente “feixe”. A imagem do fascismo é esta: um feixe de hastes de madeira amarrados rigidamente , formando assim um todo homogêneo sem lugar para a diferença.

As cordas que amarram o feixe é a Ordem fascista, Ordem rígida como cordas de aço, instrumentos de tortura física e simbólica. O feixe está amarrado junto ao cabo de um machado, símbolo da violência   destrutiva  que derrubou as árvores heterogêneas da floresta e as transformou em hastes homogeneizadas pelo cercadinho da Ordem.  

Essa situação me lembrou o que aconteceu com Robinson Crusoé. Quando Robinson Crusoé se viu sozinho na ilha, ele passou a ter uma dificuldade estranha :  a dificuldade em ficar de pé. O espaço aberto e horizontado parecia dificultar   ao Robinson  ficar ereto.

Até que Robinson compreendeu que, ali na ilha, era a primeira vez que ele de fato estava apoiado nas próprias  pernas. Ele se deu conta  que vivera apenas ancorado nos  outros que também estavam ancorados nele, como  gados apertados em cerca estreita. Os gados às vezes são  conservados  num imobilismo extremo  para  atrofiarem as pernas e aumentarem o peso visando o abate.

Na ilha, Robinson aprendeu, enfim, a ficar de pé e a caminhar sobre as próprias pernas.  Mas ele somente aprendeu a dançar quando  encontrou na ilha o  Sexta-Feira, o indígena livre que veio da incercável floresta.


(este excelente livro  é apenas uma sugestão de leitura)



 

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