Diariamente, vemos o genocida fazer
discursos ameaçadores e delirantes diante daquele “cercadinho” em Brasília , no
qual estão arrebanhados seus adeptos.
Esse cercadinho é a imagem externa de um outro “cercadinho”: o da limitação de ideias.
Às vezes, uma única imagem revela toda
uma mentalidade. Esse “cercadinho” é a imagem visível de uma limitação externa
que revela uma estreiteza interna.
Não sei se vocês já repararam, esse cercadinho está ficando cada vez mais apertado . Como vem diminuindo o
número de adeptos, e para não mostrar o vazio no centro desse cercadinho, o
fascista manda diminuir o diâmetro do cercadinho, para assim dar a ilusão de
que ele está cheio. Ou seja, para dar a ilusão de coesão , estreita-se ainda
mais o cercadinho.
Quanto menos gente tem, mais o
cercadinho fica apertado. Se continuar assim, no último dos adeptos veremos a
verdade do que esse cercadinho realmente é, pois esse cercadinho estará colado no último alienado como uma camisa de força.
Não por acaso, o termo “fascismo” vem
de uma palavra italiana que significa exatamente “feixe”. A imagem do fascismo
é esta: um feixe de hastes de madeira amarrados rigidamente , formando assim um
todo homogêneo sem lugar para a diferença.
As cordas que amarram o feixe é a
Ordem fascista, Ordem rígida como cordas de aço, instrumentos de tortura física
e simbólica. O feixe está amarrado junto ao cabo de um machado, símbolo da violência
destrutiva
que derrubou as árvores heterogêneas da
floresta e as transformou em hastes homogeneizadas pelo cercadinho da Ordem.
Essa situação me lembrou o que
aconteceu com Robinson Crusoé. Quando Robinson Crusoé se viu sozinho na ilha,
ele passou a ter uma dificuldade estranha : a dificuldade em ficar de pé. O espaço aberto
e horizontado parecia dificultar ao Robinson ficar ereto.
Até que Robinson compreendeu que, ali
na ilha, era a primeira vez que ele de fato estava apoiado nas próprias pernas. Ele se deu conta que vivera apenas ancorado nos outros que também estavam ancorados nele, como
gados apertados em cerca estreita. Os
gados às vezes são conservados num imobilismo extremo para atrofiarem
as pernas e aumentarem o peso visando o abate.
Na ilha, Robinson aprendeu, enfim, a
ficar de pé e a caminhar sobre as próprias pernas. Mas ele somente aprendeu a dançar quando encontrou na ilha o Sexta-Feira, o indígena livre que veio da
incercável floresta.
(este excelente livro é apenas uma sugestão de
leitura)
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