“Companhia” vem
de “companis”. “Panis” está na raiz da palavra “panificadora”, pois “panis” é,
em latim, “pão”. Assim, “companheiro” é : “aquele com quem dividimos o pão”.
São dois os pães : o literal e o poético, o feito de farinha e fermento e o
composto de ideias e sonhos . O pão literal é o alimento de que precisa o
corpo. Quando esse pão falta, vem a fome. A elitista Maria Antonieta , zombando
da fome do povo, no passado disse: “Não têm pão? Que comam brioches!” . As
“Marias Antonietas” de hoje , não menos elitistas, agora dizem: “Não têm arroz?
Que comam capeletti!”. E ainda tentam comprar os incautos com trezentos reais
que mal pagam migalhas de pão...
As resistências
às tiranias sempre nascem do aprender a dividir o segundo pão : o que deve
alimentar o que em nós é capaz de se indignar , se unir e engendrar ação .
Criar um devir-companheiro é partilhar os dois pães: o que nutre o corpo e o
que deve alimentar o que em nós tem fome de arte, de poesia, de liberdade, de
justiça, de cultura, de educação... para que nossa dignidade não morra de fome.
O primeiro pão tem preço e é comprado com dinheiro, mas o segundo pão não tem
preço e só se pode conquistar com luta.
( imagem: o
filme “Pão e rosas” , unindo crítica social e poesia, fala da urgente luta por
esses dois pães)
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