quarta-feira, 17 de outubro de 2018

slogans...


Este texto  não tem natureza religiosa ou teológica, é apenas “Análise do Discurso”. O uso de  uma ideia religiosa como slogan publicitário revela as contradições aberrantes do discurso do “coiso”.  Seu slogan político-publicitário prega: “Deus acima de todos”.  Porém, entre os cristãos, Deus tem outros dois nomes: “Amor” e “Pessoa”. A ideia de “dignidade da pessoa humana”, base dos Direitos Humanos que o “coiso” combate, é um valor da filosofia estoica absorvido pelo cristianismo e depois  incorporado à Constituição como um Princípio  . Se o Deus que o “coiso” prega  é o cristão, seria possível então substituir  a expressão “Deus acima de todos” por “o Amor acima de todos” ( embora o “Amor” possa soar falso quando é só  peça de publicidade, quando é apenas propaganda... ). Mas basta ouvir o que prega  o “coiso” , e ver o que fazem seus seguidores , para se perceber  que seu  “Deus” não atende por Amor ou Pessoa. Se não atende por esses dois nomes, o que é então esse “Deus” tornado slogan político-publicitário? Alguém que pregasse em nome daqueles dois nomes despertaria apoio de nazistas e da ku klux klan?
Além disso, quando o “coiso” cita a passagem bíblica ”Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”, ele se equivoca profundamente no sentido que dá à  ideia de “verdade” , opondo-a à  ideia de mentira ou falsidade  . O “coiso” parece ignorar, não por acaso,  que na mesma passagem bíblica a “Verdade”  em questão é  “Verdade do  Amor”: “Conhecereis o Amor e o Amor vos libertará”. Libertar  do quê? Antes de tudo, do ódio . O oposto do Amor-Verdade  cristão não é a mentira-falsidade, o oposto é o ódio em suas variadas faces, este é o sentido da   passagem bíblica que o “coiso” , por ignorância ou má-fé, não alcançou.
Quem lida com slogan publicitário sabe disto: slogan é  sempre instrumento de um comércio, não importa se de coisas ou de ideias. Mas slogans se tornam mera vendilhagem quando propalam propaganda enganosa.

(imagem: “Cristo expulsando os vendilhões  do Templo”, de Michelangelo)



(nome desta escultura: "Cristo sem-teto", do artista Timothy P. Schmalz  )

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