Oriunda do grego, a palavra
“filosofia” nasceu da reunião de duas outras palavras: “philo” e “sophia”.
“Philo” significa tanto “amor” como “amizade”. Isso quer dizer que a filosofia
não é prática apenas intelectual , pois
ela se nutre também de uma dimensão afetiva, expressa exatamente pelo termo
“philo”. “Sophia” é mais do que “razão”. Não por acaso, “Sophia” é nome
feminino que nada tem a ver com termos falocráticos. Sophia também é nome de
gente, de algo vivo, ao passo que ninguém se chama “Razão”, embora alguns deliram ser a encarnação dela: falam como “Oráculos” e posam como “Gurus”, nisso enganando apenas os toscos. Deleuze afirma que a filosofia não é apenas
Conceito, ela também é Afeto (este termo não significa a mesma coisa que o mero
sentimento ). Espinosa ensina, por sua
vez, que a filosofia é prática que se faz na Alegria. Outros, como Kierkegaard,
Heidegger e Sartre, dizem que o pensar é filho da Angústia. Há ainda Aristóteles, para
quem a filosofia começa na Admiração. Nunca, absolutamente nunca, algum
filósofo ensinou que a filosofia pode nascer do ódio, da covardia, do medo
, da intolerância ou do apego ao poder.
Ao contrário, a filosofia é um esforço para se tentar vencer essas “sombras”,
como diria Jung, ou essas “tristezas”, nas palavras de Espinosa. E é antes de
tudo naquele que filosofa que a vitória deve anunciar-se primeiro, não para
triunfalismos ególatras , e sim para que
suas ideias e palavras sejam antídoto na luta contra as “sombras”, sobretudo as
“sombras sociais”. Se alguém se autointitula filósofo, como aquele indivíduo
que mora nos EUA, mas em cada palavra
que diz só se vê tolice, ódio , palavrão, “sombras” e delírios de grandeza, na verdade ele se
apresenta como filósofo publicamente
apenas para dissimular o que no
seu íntimo, como os loucos, ele
realmente acha que é: Napoleão. “Pode-se
esconder a sabedoria, porém é impossível esconder a idiotia: basta abrir a boca”(Sêneca).
Os
bruxos ou feiticeiros se diferem dos Caciques ( tanto nas aldeias quanto na filosofia , pois esta também tem seus
Caciques, assim como a política) .Os Caciques imaginam que ter poder é dominar,
explorar, vencer, ser o primeiro, derrotar o rival. Os Caciques tendem à
paranoia. Já os bruxos-feiticeiros exercem a potência. A potência é o exercício de descobrir misturas entre
seres heterogêneos. Os bruxos-feiticeiros operam por agenciamentos, contágios,
mestiçagens. Os bruxos-feiticeiros estão mais próximos dos Guerreiros do que
dos Caciques, uma vez que todo bruxo-feiticeiro é um Guerreiro do mundo
espiritual. No mundo espiritual os
inimigos são os maus pensamentos, os sentimentos de ódio e tristeza, de tirania
e servidão.
Os
Caciques moram no centro da taba, ao passo que os bruxos-feiticeiros frequentam
as zonas fronteiriças das aldeias, os limiares, tornando-se a ponte entre as
aldeias e a floresta imensa. Os Caciques exibem a cabeça dos animais mortos
como troféus, já os bruxos-feiticeiros aprendem os signos e as maneiras dos
animais nos quais a vida moldou beleza,
força, altivez, independência ,coragem .
Não raro, os bruxos-feiticeiros são aceitos como um deles, aprendendo
seus cantos, suas camuflagens, suas velocidades e percepções.
-dia 25 de abril: data em que se comemora a vitória do povo português sobre as sombras da tirania de Salazar:
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