segunda-feira, 25 de maio de 2020

no caminho com maiakóvski


“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

(...)
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror."


( trecho do poema “No caminho com Maiakóvski", do poeta Eduardo Alves da Costa)











Museu Maiakóvski:







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