domingo, 27 de janeiro de 2019

o niilismo e a lama...


Há um comportamento chamado “niilista”. Essa palavra vem de “nihil” , que erradamente  se traduz  por “nada”. O niilista, dizem, é aquele que não crê em nada. Mas a tradução mais adequada de “nihil” é, na verdade, “nulo”.  O niilista é aquele cujas palavras, ações e visão de mundo são nulos. O niilista não é um ateu, o niilista é aquele que até  fala muito em Deus, mas sua concepção de Deus é nula. O niilista não é um deprimido, ele pode ser até muito piadista e risonho, mas sua alegria  é nula ( é uma “alegria que nasce da tristeza”, como já diagnosticava Espinosa...). O niilista não é um apolítico, ele se envolve e faz política, porém sua política é nula. Um dos antônimos de “nulo” é “fecundo” ou “potente”. O niilista é um infecundo: no viver, no agir e no falar. O niilista  não é um potencial suicida, mas aquele cujo viver é nulo, impotente,  mesmo que viva mil anos. Por isso, há em todo niilista um ódio a tudo o que é fecundo e potente. Alguns filósofos já disseram que a mercadoria  mais produzida pelo capitalismo , e sem a qual ele não dura um dia, é o niilismo , isto é, modos de vida niilistas. Quanto mais o capitalismo produz vida niilista,  mais ele  precisa anular a vida: a nossa e a dos rios, dos mares e florestas, para assim transformá-los  em coisas compráveis e vendáveis,  para dessa forma  preencher  a vida consumista de um modo de viver nulo, infecundo . O capitalismo não é apenas um sistema econômico, ele é uma visão de mundo niilista, e vive de anular aquilo que em nós é humano. Para promover esse último aspecto, o capitalismo já conta com um aliado ( sem "viés ideológico") :  a subserviência niilista do  governo-bozo...



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