sábado, 18 de novembro de 2017

linha de fuga e ato criativo

“Linha de fuga” é uma noção criada por Deleuze e Guattari para explicarem o ato criativo. Criar uma linha de fuga não é exatamente fugir de algo, mas fazer fugir algo de uma forma ou limite que o prendia. Por exemplo, Van Gogh fez fugir a pintura de uma forma ou limite de se compreender a pintura. Antes de Van Gogh produzir sua linha de fuga, todos achavam que pintura era aquilo que até então se fazia, de tal maneira que os mantenedores de tal visão  não aceitaram ou desprezaram a linha de fuga que Van Gogh fez. De certo modo, tais mantenedores do estabelecido não tinham olhos para ver o novo. O que Van Gogh fez não foi destruir a pintura ou simplesmente negar a pintura, o que ele fez foi recriar a pintura, potencializando-a, fazendo-a começar de novo. O novo nunca começa de um zero, de um nada, ele começa em um fuga, em um fazer fugir algo .Tudo é linha de fuga: a própria arte não é uma imitação ou cópia de uma dada realidade que lhe é exterior, a arte é o ato de fazer fugir uma  realidade daquela forma de realidade que o senso comum acredita ser a única realidade.Como afirma Manoel de Barros: “Inventar aumenta o mundo”.



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