Creio que não há
nenhuma surpresa nas declarações recentes do dono da empresa Meta (
proprietária do facebook) submetendo-se servilmente
ao trumpismo e outros obscur4ntismos , já que os algoritmos da IA da
Meta fazem isso há tempos, sobretudo censurando
postagens de cunho progressista.
Isso mostra que,
no “Capetalismo” ( como dizia o “Profeta Gentileza”) , nunca os interesses são exclusivamente
“econômicos”, pois o fundo é sempre político ( aqui no Brasil , por exemplo, isso se revela no ataque especulativo do “mercado” ao governo ) . No caso da empresa Meta, o fundo é
a política imperialista estadunidense e seus l4c4ios .
Aliás, em sua própria declaração , o empresário das “Big
Techs” já deu o tom e indicou o caminho neg4cionist4
que, se depender dele, suas redes tomarão , ao acumpliciar-se com ações criminosas
como se fossem “liberdade de
expressão”.
De minha parte, ante
esses poderes que ameaçam nossa dignidade e vida pensante, sempre busco na filosofia alguma ideia-ferramenta de resistência
e luta para partilhar, seja em sala de
aula, aqui ou em qualquer outro lugar .
Por exemplo, a ideia de “linha de fuga” ensinada por Deleuze & Guattari.
Dito de maneira
simples, linha de fuga não é fugir de algo, mas fazer fugir algo que algum
poder ( físico ou simbólico) quer reprimir,
aprisionar. As linhas de fuga são construídas com criatividade , crítica ,
coragem e perseverança ; e sempre a
partir de dentro de uma situação ou
lugar onde se está , nunca a partir de
fora.
Umberto Eco
chamava essa prática de subverter a lógica da mídia desumanizante/alienante, no
espaço mesmo onde ela acontece, de “guerrilha
semiótica”.
Produzir e partilhar
conhecimento, empatia, sensibilidade
social e afetos emancipadores aqui nesta
rede é, e sempre será , um exercício de linha de fuga.
É compreensível e legítima a decisão de quem escolha sair das redes, mas acho que também pode
ser uma boa estratégia a ação de quem
decida permanecer para , de dentro, construir linhas de fuga, por mais simples e
modestas que sejam.
As linhas de
fuga sempre foram necessárias, porém o serão ainda mais nesse mundo que se
avizinha.
( este livro é
apenas uma sugestão )
“Profeta Gentileza”
, ou simplesmente “Gentileza”, foi um personagem que caminhava pelas ruas do
Centro do Rio distribuindo flores de graça, sem pedir nada em troca ( muito
menos dízimo...). Foi o próprio povo que o batizou de “Gentileza”. Enquanto
ofertava gentilmente flores a quem
passava, ele dizia : “O Capetalismo mata a gentileza...” Seu “mantra” costumava ser: “Gentileza gera
gentileza”. Para ele, ser gentil era uma maneira de ser anticapitalista.
O professor Leonardo Guelman escreveu um excelente livro
sobre o Profeta Gentileza:
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