Ontem, visitando o Museu-Casa Quintal Manoel de Barros fui conhecer o seu "tesouro", pois em um dos quartos da casa onde viveu Manoel há um cofre no qual o poeta guardava seu tesouro. Cada um guarda em seu cofre a riqueza que preza, o bem que valoriza.
Esse cofre do poeta tem um nome : "nadifúndio". Enquanto o
agro-necropolítico cultiva latifúndios obtidos com a destruição do Pantanal e
outros biomas, Manoel guarda em seu cofre riquezas que são "nadas"
para quem só cobiça dinheiro, fama, poder, destruição.
No
cofre-nadifúndio , há o seguinte poema ( inédito) de Manoel:
"Não
precisei de ler São Paulo , Santo Agostinho,
São Jerônimo,
nem Tomás de Aquino , nem São
Francisco de
Assis -
Para chegar a
Deus.
Formigas me
mostraram Ele.
(Eu tenho
doutorado em formigas)"
Além do poema, o poeta guarda em seu cofre, como seu maior
tesouro, um caracol e uma formiga.
(imagem: o
cofre-nadifúndio do poeta e o seu tesouro)
Para quem quiser ver um pequeno vídeo com a "Oficina de Transfazer Natureza" ou "Lugar de ser Inútil" ( era assim que Manoel nomeou seu escritório) e o cofre-nadifúndio:
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