domingo, 15 de setembro de 2024

O tesouro do poeta Manoel de Barros

Ontem, visitando o Museu-Casa Quintal Manoel de Barros fui conhecer o seu "tesouro", pois em um dos quartos da casa onde viveu Manoel há um cofre no qual o poeta guardava seu tesouro. Cada um guarda em seu cofre a riqueza que preza, o bem que valoriza.

Esse cofre do poeta  tem um nome :  "nadifúndio". Enquanto o agro-necropolítico cultiva latifúndios obtidos com a destruição do Pantanal e outros biomas, Manoel guarda em seu cofre riquezas que são "nadas" para quem só cobiça dinheiro, fama, poder, destruição.

No cofre-nadifúndio , há o seguinte poema ( inédito) de Manoel:


"Não precisei de ler São Paulo , Santo Agostinho,

São Jerônimo, nem Tomás de Aquino , nem São

Francisco de Assis -

Para chegar a Deus.

Formigas me mostraram Ele.

(Eu tenho doutorado em formigas)"

 

Além do poema,  o poeta guarda em seu cofre, como seu maior tesouro,  um caracol e uma formiga.


(imagem: o cofre-nadifúndio do poeta e o seu tesouro)




Para quem quiser ver um pequeno vídeo com a "Oficina de Transfazer Natureza" ou "Lugar de ser Inútil" ( era assim que Manoel nomeou seu escritório) e o cofre-nadifúndio:





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