Sonhei ontem que eu ia visitar um
querido amigo-poeta. Quando entrei em sua residência , reparei que os fios
elétricos saíam de vários lugares e se juntavam formando um feixe. Parecia que meu
amigo-poeta estava fazendo uma reforma
elétrica em sua casa , mas na verdade ele estava juntando energia, reunindo
forças.
Perguntei : “Amigo, esses fios que
saem de todas as partes e se juntam num feixe, para onde eles vão?” Ele então
me mostrou que aquele feixe intensificado de energia estava conectado a uma
lâmpada que se encontrava sobre sua
escrivaninha , seu lugar de estudo, leitura, escrita, trabalho e criação.
Ele
resolveu acender a lâmpada para
eu ver como era sua luz: a lâmpada irradiou uma luz tão vívida e intensa , que pela sua potência doadora de vida parecia a luz do próprio sol, e pelo seu
mistério e luminescência se assemelhava também à luz transmutadora da lua.
E ambos, sol e lua, razão e poesia,
ciência e arte, clarividência e mistério, Apolo e Dioniso... irradiavam juntos suas energias para iluminar
o lugar no qual o poema é criado e , como
gente, vem à luz.
(este texto é para todos os poetas que,
empoemando, fazem essa luz acesa pelo sonho iluminar e transfigurar também a
realidade externa, como energia libertária que resiste
à obscuridade e toda forma de treva)
(Imagem : o poeta Manoel de Barros em sua escrivaninha . Manoel chamava sua escrivaninha
de “Oficina de Transfazer Natureza”. A escrivaninha hoje se encontra no Museu Casa-Quintal Manoel de Barros)
A escrivaninha do poeta vista de outra perspectiva ( mostrando
a luminária do poeta e sua lâmpada...):
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