quinta-feira, 14 de setembro de 2023

a lâmpada do poeta

 

Sonhei ontem que eu ia visitar um querido amigo-poeta. Quando entrei em sua residência , reparei que os fios elétricos saíam de vários lugares e se juntavam formando um feixe. Parecia que meu amigo-poeta  estava fazendo uma reforma elétrica em sua casa , mas na verdade ele estava juntando energia, reunindo forças.

Perguntei : “Amigo, esses fios que saem de todas as partes e se juntam num feixe, para onde eles vão?” Ele então me mostrou que aquele feixe intensificado de energia estava conectado a uma lâmpada que se encontrava  sobre sua escrivaninha , seu lugar de estudo, leitura, escrita, trabalho e criação.

Ele   resolveu acender a lâmpada para eu ver como era sua luz: a lâmpada irradiou uma luz tão vívida e  intensa , que pela sua potência doadora de  vida parecia a luz do próprio sol, e pelo seu mistério e luminescência se assemelhava também à   luz transmutadora da lua.

E ambos, sol e lua, razão e poesia, ciência e arte, clarividência e mistério, Apolo e Dioniso...  irradiavam juntos suas energias para iluminar o lugar no qual o poema é criado e  , como gente, vem à luz.

(este texto é para todos os poetas que, empoemando, fazem essa luz acesa pelo sonho iluminar e transfigurar também a realidade  externa, como  energia libertária  que  resiste à  obscuridade e toda forma de treva)

 

(Imagem : o poeta Manoel de Barros  em sua  escrivaninha . Manoel chamava sua escrivaninha de “Oficina de Transfazer Natureza”. A escrivaninha hoje se encontra  no Museu Casa-Quintal Manoel de Barros)



A escrivaninha do poeta vista de outra perspectiva ( mostrando a luminária do poeta e sua lâmpada...):



 



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