quarta-feira, 10 de agosto de 2022

leitura pública da Carta em Defesa da Democracia acompanhada de Atos pelo Brasil

 

Nada contra e-mails, zaps, tuiters...Mas o que amo mesmo são as cartas, sobretudo as escritas à mão.

Tive a alegria de trocar algumas cartas com o poeta Manoel de Barros. Ele mesmo confecciona o papel, e as letras dele parecem caminho de  formiga...rs...

O poeta me disse que é pelas cartas, e não por fotos posadas, que a gente conhece de verdade, através da letra, o espírito da pessoa.

Muitos filósofos escreveram cartas para expressarem suas ideias mais íntimas, ideias que não são apenas teóricas , pois as cartas não são livro ainda, elas se parecem mais com palavra viva  para ser ouvida  do que com palavra escrita para ser  apenas  lida.

As cartas são conversas, agenciamentos e desejo de trocar com o outro. Tiranos não escrevem cartas, eles ditam ordem arbitrárias; milicos também não escrevem cartas, eles emitem comandos a subalternos.

Aprecio mais divindades que suscitam epístolas do que deuses sisudos que decretam Mandamentos...

Uma carta é feita de mensagens, mensagens com as quais podemos concordar ou discordar, responder ou silenciar; mas nunca uma carta é veículo de ordens para serem obedecidas de forma servil.

Toda Constituição um dia foi uma carta escrita coletivamente por um povo que, saindo da passividade, resolveu escrever sua própria história.

Quando a democracia corre riscos, as cartas políticas devem conter as vozes da  indignação, chamamentos à ação e ,em coro, um basta! 

Um basta dito com firmeza que chegue aos ouvidos dos tiranos.


11 de agosto: leitura pública da Carta em Defesa da Democracia acompanhada de  Atos em todo o Brasil. Na imagem, Ato da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES) e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).






 


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