quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

antonietas...


Espinosa dizia que um homem pode ter poder e mandar em exércitos, ter dinheiro e mandar nos empregados de sua empresa, porém a coisa na qual o homem menos manda é em sua própria boca. Quanto mais ignorante e preconceituoso é um homem, mais ele será servo do que sai de sua boca. Pois é fácil esconder-se atrás de números e fórmulas econômicas , mas o mesmo não é possível fazer com as palavras, pois as palavras se enraízam em partes da mente do homem que ele mesmo não controla, onde estão pensamentos que ele gostaria de esconder do público. Os estoicos diziam que é mais fácil controlar o que entra pela boca do que o que sai. Pois o que sai da boca do homem é o que ele pensa. Os estoicos também diziam que sabedoria pode ser escondida, mas não pode ser ocultada a ignorância. Dia desses o ministro Guedes disse que “é o pobre que destrói a floresta amazônica”, depois falou que “funcionários públicos são parasitas”, ontem afirmou que é bom o dólar estar alto pois com dólar baixo “até empregadas domésticas viajam para o exterior”. Tais verbalizações são da mesma família do que disse Antonieta: “Não têm pão? Que comam brioches!”. Quem dera que a cabeça do elitista daqui tivesse o mesmo destino da cabeça preconceituosa da monarquista francesa... Diante dessas afirmações absurdas, a mídia comercial e vendida tenta minorar o caso, afirmando ser um “problema de comunicação” do ministro. E que ele deveria falar menos, pois falando o que fala “atrapalha a economia”, disseram hoje os jornais golpistas. Ou seja, os jornais parecem aconselhar que o ministro use a mesma estratégia que os sofistas recomendavam aos “dissimulados predadores da coisa pública” : usar as palavras para melhor esconder o que se pensa e se faz. A verdade é que essas falas que saem da boca dos membros desse governo não são apenas um problema de comunicação, elas são testemunhos do que vai na mente deles: seu ódio ao pobre. Como disse um elitista capitalista estadunidense, a luta de classes é de fato o motor da história, reconheceu ele dando razão a Marx. Porém, disse ele, quem fomenta hoje a luta e ataca sem dó, perdão ou humanidade não são os pobres, hoje são os ricos que atacam numa guerra sem quartel, uma guerra suja. E os ricos riem daqueles que ainda pensam em foice e martelo como arma, pois a arma dos ricos gananciosos e cínicos é o dinheiro, o exército, a polícia, a mídia comercial , certas igrejas... e a mais importante das armas na dominação deles sobre os pobres: as leis.






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