“Inventar” aplica-se
a coisas. Celular ,
automóvel, relógio , etc. existem
porque foram inventados. Já o “criar” refere-se a atos que geraram arte. Não só um poema e uma música são criados, uma filosofia também o é, na medida que criam
ideias: ideias para pensar ou para
sentir . Mas também se diz: “criei um
filho”, e não “inventei um filho”; ou “criei um laço de amizade”, e não
“inventei um laço de amizade”; ou “criei novas possibilidades para minha vida”,
e não “inventei novas possibilidades para minha vida”; ou “criei um jardim” ,e
não “inventei um jardim”. Pois tais realidades que criamos também são arte, como
um poema ou um quadro, e não coisa
mecânica. Um revólver, enquanto objeto técnico, é fruto de invenção e, por
isso, pode estar a serviço de um bandido ou de um fascista. A inventividade
produz apenas coisas; e as coisas , por não possuírem vida, podem virar instrumento de morte a serviço de uma fantasia mórbida .
Já a criatividade produz ideias, e estas são a vida e a saúde do pensamento. Em
todo totalitarismo , não importando se político , comportamental ou acadêmico,
são sempre os criativos os que sofrerão as maiores consequências. E são sempre
deles, e neles, que nascem e perseveram as resistências.
Um comentário:
Gostei da diferenciação feita entre criar e inventar.
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